terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Our beautiful resort by the sea

Cada vez que falo sobre a hipótese de abandonar este pedaço de terra perdido no canto da Europa e ir à procura de ares mais sadios para a minha mente e futuro, há o habitual reclamar do como temos "uma qualidade de vida que os outros países da Europa invejam. Como temos um estilo de vida sem stress (desculpa, onde é que moras?). E a nossa luz, e o nosso sol e a nossa comida." Calo-me, para não ser mal educada e dizer o que é que podem fazer à luz e ao sol e à comida, mas penso cá para mim: nesse caso, o nosso querido país é um mega resort cheio de pobretões.
Basicamente, andamos todos aqui a passar férias, não é verdade? Qualquer chavão publicitário para um destino de férias parece aplicar-se a este canto do mundo. Não há dúvida que em certos sítios a capacidade de trabalho está mais condizente com a preguiça de umas férias à beira-mar plantado, do que com o bulício de um aeroporto em vésperas de Natal.
Mas eu cá não preciso só da nossa luz, preciso de ver justiça social à minha volta, não preciso só do nosso sol, preciso de ter um futuro para os meus filhos, e não preciso só de comida para o estômago, preciso de alimento para espírito. E não encontro nada disso cá.
Também gostam de me contrariar dizendo que afinal somos um país porreiro, pá! Temos tanta coisa boa, porque é que o português tem a mania de só ver o mau, denegrir o país que o viu nascer, em vez de o defender com unhas e dentes, qual leoa a defender a sua cria?
Bem, na minha modesta opinião, temos realmente algumas coisas melhores do que noutros países, mas infelizmente a rapidez com que passo na Via Verde ou os pagamentos que posso fazer no Multibanco não compensam a vergonha das "excepções" diárias aos salários dos que mais ganham, da acumulação de pensões, do aumento dos medicamentos, dos empregos milionários por cunha, da degradação do ensino, dos mediáticos casos arquivados, da impunidade generalizada, do fartar vilanagem de muita gente influente, enquanto o necessitado fica obrigado a pagar cada vez mais para este Estado consumista e ladrão.
Uma vez não me renovaram contrato, num emprego que tive, com um péssimo ambiente de trabalho graças ao terror nazi que o chefe gostava de fomentar. Rapidamente arranjei outro, e quando fui visitar as minhas antigas colegas, o meu ex-chefe, que (aparentemente) tinha mudado de opinião em relação à minha qualidade para o posto, perguntou-me se eu queria voltar. Tive a satisfação de lhe dizer que não, pois prezava bastante a minha saúde mental. Soube-me bem... Apetecia-me fazer o mesmo agora: bye, bye minha terra, prezo demais a minha sanidade mental.
Será que estou condenada a viver neste mega resort, com tanto sol e tanta luz e tanta comida, mas com tão pouco juízo?
Vá, numa nota positiva: força Portugal! Estás à beira do abismo, mais um passo e fazes kite surf, que está na moda!

domingo, 5 de dezembro de 2010

It's the crisis stupid!

A semana que passou teve um evento importante para esta vossa amiga: o meu aniversário.
Fui convidada a almoçar num restaurante moderno e chique, pelo meu querido mano mais novo. Chegámos bastante cedo, fomos aliás os primeiros clientes da hora de almoço nesse dia. Pôr a conversa em dia e desfrutar da companhia do meu mano é sempre agradável, ainda para mais acompanhado de boa comida.
Já estávamos quase a terminar, quando começou a hora da ponta do almoço. Eis que vejo chegar a clientela do restaurante. E eis que pude contemplar a dimensão da crise em Portugal.
Não havia um cliente que entrasse naquele restaurante que não viesse num modesto BMW ou Mercedes topo de gama. Não havia um senhor que não viesse com um fato de bom corte e uma gravata discreta. Não havia um homem de negócios que não se sentasse com o seu telemóvel topo de gama, preferencialmente Iphone 4, na mesa ao seu lado. Tudo nas pessoas que entravam, homens e mulheres, transpirava sucesso, riqueza, qualidade de vida, satisfação, prosperidade.
Olhei à minha volta no restaurante, e só pensava na miséria que há por aí espalhada, nas pessoas a ficarem sem dinheiro para pagar casas, comida, senhas para o almoço dos filhos na escola, remédios. Só pensava nos mais de 2 milhões de verdadeiros pobres em Portugal. E eu ali, aparentemente também parte da elite endinheirada deste país, e interiormente a sentir-me revoltada por haver tantas desigualdades, tantos com tão pouco.
Da próxima vez que tentarem culpar a crise de alguma coisa, vou contestar: Crise? Qual crise estúpido?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

I'm sooooooo MAD!

Hoje de manhã tudo fazia prever que o dia iria decorrer normalmente, como qualquer outra quinta-feira. Saí de casa, nem sequer apanhei muito trânsito e quinze minutos mais tarde estava a chegar à escola do meu filho mais velho. Para descobrir, com surpresa, que a mesma estava fechada. Greve? Não! Assalto! Vandalismo e destruição!
Alguém me explica, porque raio se assalta uma escola primária, levam-se os computadores, partem-se mesas e cadeiras? Porquê?
Eu sei que este é um país de pessoas sem princípios, sem escrúpulos, sem educação. Eu sei que há a crise, e o desemprego e a miséria. Mas assaltar e vandalizar uma escola primária pública? Roubar crianças que precisam do que lá está dentro para aprender, crescer, terem futuro?
Porque aquela não é uma escola de meninos e papás ricos. É uma escola normal, com crianças de todo o tipo de família, desde a mamã que faz limpezas até ao papá que é advogado. É uma escola inclusiva, em que raças, classes, se interligam, aprendem a viver umas com as outras. É uma escola que dá oportunidades a quem delas precisa. Uma escola com professores esforçados, amigos, que puxam pelos alunos. É uma escola com todas as necessidades e problemas das escolas públicas em Portugal. Uma escola que hoje foi violada, aviltada, despida do seu sentido.
Sinto-me profundamente enraivecida pelo que aconteceu. Cada vez que me roubam um bocado da imagem de decência e pureza que tenho de certas coisas, fico mais desiludida, mais triste. Menos boa pessoa. É cada vez mais fácil acreditar no mal e não no bem. É cada vez mais fácil encontrar boas razões para me tornar cínica e descontente.
E não me venham com histórias de "ah, é o pão nosso de cada dia", "está sempre a acontecer", "tens sorte por não ter acontecido antes". Não quero saber! Uma escola para mim é um reduto sagrado, protector de crianças, alimento para o futuro. Não quero saber da realidade dos outros sítios. A minha realidade viu-se alterada hoje, para pior. E isso é que me importa. Hoje estou mesmo GRRRRRR!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Love it, love it, love it!

Adoro... pessoas que acampam à frente do multibanco com as 25 contas do mês. 
Adoro... pessoas que se amontoam nas escadas e passadeiras rolantes, impedindo a passagem de quem usa as mesmas para andar mais rápido e não para ficar a pastar. 
Adoro... pessoas que estacionam nos lugares de grávidas, deficientes e famílias com bebés quando não são nada do enunciado anteriormente. Sonho com um profissional da navalha, a esfacelar os pneus dos ditos.
Adoro... pessoas que atendem telemóveis no cinema e conversam como se estivessem no mercado.
Adoro... pessoas que tentam passar sub-repticiamente à frente das outras pessoas nas filas.
Adoro... pessoas que acham que os filhos birrentos e insuportáveis são a melhor coisa do mundo desde o pão fatiado.
Irrita-me um bocadinho... quando estou com este feitio impossível e só vejo as nuvens, sem me lembrar que o sol está lá por trás.

Evolution Baby!

Depois de ter visto uma curta fantástica sobre o maravilhoso ciclo de vida do saco de plástico, pus-me a pensar que a evolução da nossa espécie só nos tem trazido dissabores. 
Lembram-se quando iam às compras com as vossas mamãs, e elas levavam um saco das compras com rodinhas, para trazer as compras da semana para casa? Agora que evoluímos dispensamos esses artefactos arcaicos de trazer por casa e preferimos sem sombra de dúvida o saco de plástico, tão mais fácil de transportar (normalmente 4 em cada mão, o que sim, é mais fácil do que puxar um saco com rodas).
Lembram-se quando as fraldas eram de pano e eram usadas e voltadas a usar? Agora a nossa fantástica evolução deu-nos as fraldas descartáveis, tirar e deitar fora, com caquinha e tudo. Não dá trabalho nenhum, não temos que lavar roupa, mas poluímos incomensuravelmente mais o nosso planeta. 
Lembram-se quando os lenços eram de tecido? Quando não havia necessidade de abater árvores para limparmos o nosso nariz ranhoso? Agora, a inefável evolução humana facilitou-nos a vida, com os lenços de papel, que admito usar, com remorso.
Aliás, eu sou uma mulher moderna, que aderiu à evolução, cheia de remorso por participar tanto na destruição do planeta como um americano com um SUV que gasta 50 litros aos 100, ou um empresário chinês que investe em centrais eléctricas de carvão. 
Já me deixei dos sacos de plástico há uns anos, mas simplifico temporariamente com fraldas e lenços de papel. E quando digo temporariamente, é porque vamos começar a pagar definitivamente o preço da nossa preguiça em breve. O preço da nossa evolução maravilhosa...

sábado, 6 de novembro de 2010


Perdoe-me, deus dos semáforos e do código da estrada. Eu má condutora, me confesso.
Não sei o que se passa comigo, mas tenho a mania de dar passagem a carros que não têm prioridade, mas estão há séculos à espera de poder entrar numa rua estreita. Os bons condutores, esses, gostam de me ultrapassar nessas alturas.
Também tenho a mania de parar para deixar pessoas de idade atravessarem a rua, nas passadeiras. Toda a gente sabe que os chatos dos velhos andam devagar, então os bons condutores gostam de me apitar quando cometo tamanha atrocidade.
Ás vezes perco a cabeça e ando às voltas e às voltas, para encontrar um lugar para estacionar, que não implique ficar em cima do passeio ou estacionar em dupla fila. Quando estou completamente irracional até me dá para pagar parqueamento.
É mais forte do que eu, por mais que tente reprimir, não sei que se passa comigo, mas desde que tirei a carta de condução fui ganhando estas manias, estes tiques de má condutora, e agora envergonhada confesso: não fui feita para as estradas de Portugal. 
Quantos Stops Nossos e quantas Avés da Prioridade preciso rezar para obter a absolvição?

domingo, 24 de outubro de 2010

And then God created Woman

Estes últimos dias tenho cogitado bastante sobre uma questão: acho que a história da criação do Homem e da Mulher está um bocado mal contada. 
A Bíblia conta-nos que Deus, um brincalhão de primeira com uma imaginação do camandro, resolveu criar o mundo. Fez os animais mais incríveis, desde o ornitorrinco, uma anedota da natureza, até aqueles peixes que vivem nas profundezas do mar, e coitadinhos, nunca vêem a luz do sol. Outra piada, um bocado de mau gosto para mim. 
Imaginou, criou, fez a Terra, com tudo o que conhecemos, (e com tudo o que já não conhecemos porque conseguimos destruir) em 5 dias. Ao sexto dia pensou com os seus botões (se é que Ele está vestido), preciso de uma Obra Prima. Então criou o Homem. Um bocado de lama, umas amassadelas com cuspo divino e o sopro da vida fizeram o trabalho. Aparentemente simples, quando comparado com outros seres da Criação, mas infinitamente complicado, como Deus se aperceberia mais tarde. Enfim, o Homem estava criado, e Deus ficou feliz. Descansou ao sétimo dia, foi para o time share que tinha comprado num cantinho a sul do jardim do Éden.
O Homem lá começou a sua vidinha de homem. Andava por ali, olhava para as árvores, as flores, viu as ovelhas e achou-lhes piada, descobriu que podia comer umas frutas deliciosas que nasciam nas árvores e umas coisas esquisitas que saíam do chão. As primeiras semanas foram divertidas, como era suposto ser para a criação máxima do Ser Divino. 
Mas já nessa altura andava por ali um bicho invisível, que Deus nem se lembrava que tinha criado, um viruzito chamado influenza. De temperamento imprevisível, gostando tanto de porcos como de aves, um dia cruzou-se com o nosso homem, que ainda por cima apreciava andar nu em pêlo, e achou que tinha que experimentar aquilo. Afinal, era a primeira vez que via um!
O infeliz foi contaminado, e quase imediatamente entrou num estado letárgico, afligido por dores e febre que lhe tiravam toda a vontade de se mexer. Enrolou-se debaixo de uma figueira, e decidiu não mais dali sair enquanto não voltasse a sentir-se vigoroso. Entrou numa ladainha queixosa, com gemidos e imprecações, de tal forma que incomodaram Deus, que estava tão feliz no seu condomínio fechado.
Sentido-se responsável por todos os seres da sua criação, lá foi investigar o que se passava e descobriu a sua criação perfeita reduzida a um insignificante ser lamuriante.
Reflectindo sobre a situação, decidiu que se tinha esquecido de fazer uma parceira para o homem, para lhe fazer companhia, para ficar com ele, na saúde e na doença. Enquanto o fraco homem dormitava num sono febril, Deus tirou-lhe uma costela e criou a Mulher. 
Ora a mulher, apesar de muito similar ao homem fisicamente, mais apêndice, menos apêndice, era muito diferente dele em quase todos os outros aspectos. Incrivelmente, sentiu logo um carinho enorme pela criação máxima de Deus, naquilo que mais tarde viria a ser chamado "Síndrome de Florence Nightingale". Resolveu tratar dele, procurou plantas que o pudessem ajudar, trouxe-lhe água, enfim, tentou diminuir o seu desconforto ao máximo. 
Hoje em dia toda a gente sabe que as mulheres não são de ferro, mas a primeira mulher não tinha noção disso, e também foi apanhada pelo vírus influenza. Também ela ficou fraca, com dores, febre, também ela só tinha vontade de se deitar debaixo de uma figueira e ficar assim até o vírus se fartar dela.
Mas o homem precisava dela, as ovelhas tinham que ser levadas a pastar, tinha que ir buscar água para o homem beber e para o refrescar. E graças aos céus, ainda não tinham tido tempo de procriar, e não havia homenzinhos e mulherzinhas de quem tomar conta.
O homem queixava-se: "Ai sinto dores, nem sabes as dores que sinto. Já sentiste estas dores? Ai, estou a transpirar tanto, nem imaginas o que estou a transpirar. Já transpiraste assim? Olha, não gosto dessas plantas, não me podes arranjar outras? Não tens peninha de mim? Estou tão doente!" A mulher não tinha  assim muita pena, mas lá continuava a tratar do seu enfermo. Assim, não teve a mulher outro remédio do que continuar o seu dia a dia, procurando as plantas e indo buscar a água, independentemente de quão mal se sentia.
Eventualmente o homem lá despertou do seu torpor, lá se sentiu melhor, lá se levantou de debaixo da figueira, espreguiçou-se e disse: "Sinto-me um homem novo! Ainda bem que Deus tomou conta de mim. Sou mesmo a Criação preferida do Senhor!"
E lá voltou à sua vidinha. A mulher também voltou à sua, e durante milhares e milhares de anos esta seria a sua sina: tratar dos homens, das crianças, do quotidiano, sem ser devidamente reconhecida. 
Esta meus amigos, é a verdadeira história da criação do Homem e da Mulher, e quem não tiver já tido que aturar um marido doente em casa, é que não sabe! Tenho dito!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Curioser and curioser...

Este domingo tive uma experiência deveras interessante, que já não vivia desde os idos de 90. Fui assistir a um desfile da Moda Lisboa. Confesso que o desfile em si, por muito bonito que tenha sido e por mais que me tenha agradado, não foi o prato forte da tarde. Tudo o que rodeou a Moda Lisboa é que o foi.
Chegámos ao Mercado da Ribeira aproximadamente 45 minutos antes do início do desfile. Logo à entrada havia a habitual multidão de estudantes de arte, com as suas franjinhas curtas, óculos de massa quadrada, saias até ao chão e doc martens.
Enquanto esperava cá fora pela amiga que me ia dar o convite para o desfile da White Tent , reparei num casalinho peculiar, uma senhora talvez pouco mais velha do que eu (a roçar os enta) agarradinha a um jovem com idade para ser... o irmão 15 anos mais novo. Ela com um ar muito snob e ele com uma carinha de rato loiro, confiante do seu porte. Os dois estavam vestidos de igual, versão all in black with a twist. Verdadeiro amor, certamente, se não um pelo outro, sem dúvida pela moda!
Uma vez com o convite em mão, entrámos então no mercado. Senti-me, imediatamente, imersa numa cultura estranha, como uma antropóloga a estudar uma tribo desconhecida. 
Desde as roupagens diversas, da mais chique, à mais vanguardista ou de mais mau gosto (para mim, leiga das normas desta tribo), à linguagem corporal e verbal, tudo na tribo me parecia demasiado estranho. 
Adolescentes longilíneas passeavam os seus longos cabelos lisos e elegantes pernas torneadas em mini-calções, falando ao telefone, crianças de colo vestidas com o último grito da moda atiravam-se para o chão, cansadas de tanta roupa, de tanta gente, e eram arrastadas por pais elegantes e impecavelmente vestidos para mais um desfile. Rapazes de cabelo cheio de gel e sorriso misterioso passeavam o seu charme dentro de calças demasiado apertadas para poder garantir uma futura reprodução. Musculados e descalços homens morenos vagueavam pelos corredores da moda, talvez para pôr sorrisos na boca dos presentes. Não havia necessidade, eu sorria só de olhar para a multidão que me rodeava.
Presumo que me destacava tanto na multidão como os elementos da tribo que estava a estudar, mas pelo facto de não corresponder de forma alguma aos usos e costumes da dita tribo. Calças de ganga enfiadas em botas rasas e rabo de cavalo davam-me todo o ar de dona de casa desesperada, que não cai bem entre os elementos da tribo fashion. Não se iludam, há mães nesta tribo, mas daquelas que todas as outras mulheres invejam, de tão elegantes que são, apesar dos dois pares de trigémeos lá em casa (com as nannies).
Durante o desfile continuei a minha missão de observação tribal. Achei engraçado um jovem, figura pública, que estava na primeira fila do desfile. O facto de estar na primeira fila faz parte dos usos e costumes da tribo, que venera as pessoas de sucesso que aparecem na televisão. O que achei interessante foi ver a forma como o rapaz observava as jovens modelos de mamilos erectos por baixo das camisolas transparentes de lã (creio que a sala onde mudam de roupa deve ser bem mais fria do que sítio abafado onde o desfile estava a decorrer) que desfilavam enquanto ele cofiava a barba que deixou crescer para fazer um papel num filme suíço e passava os dedos ao de leve pelos lábios com ar de entendido (coincidência, voltei a vê-lo nessa noite no Lado B, do Bruno Nogueira, mas já com um ar menos voluptuoso).
Depois do desfile, a minha amiga lá arranjou um esquema para entrarmos na sala dos membros importantes da tribo, o que nos deu uma visão mais alargada do comportamento dos elementos de topo desta sociedade.
Enquanto entrávamos na dita sala, à revelia dos seguranças à porta, umas jovens foram barradas no corredor. A hierarquia social desta tribo está bem definida, e só após mostrar pata branca (vulgo o passe) era permitido o acesso à sala. A mestra da cerimónias da tribo não permitia que aquelas pessoinhas, claramente arrivistas a quererem penetrar no Eden da Moda, passassem do limiar da entrada e disse-o alto e bom som: "Não venham para aqui com esquemas para entrar, já vos disse que não passam". Não sei como o olfacto desta senhora não nos detectou e não fomos apanhadas, mas é um facto que entrámos no Olimpo, onde descobrimos que a tribo tem preferência por amendoins envoltos em cacau e Martinis Gold.
Todos se passeavam com um copo na mão, mas com um toque especial: um bago de amora. Devia ser bom. Como comum mortal que sou, e tendo que guiar de volta para casa, fiquei-me pelo ginger ale.
O episódio da minha tentativa de conseguir arranjar bebidas é merecedor de descrição. Aproximei-me do balcão, por trás do qual estavam vários espécimes perfeitos da espécie humana, e tentei pedir as nossas bebidas. Estes espécimes altamente evoluídos (evolução notória na sua beleza), têm um olfacto apuradíssimo para as feromonas de quem não é fashion. Sentindo que eu não pertencia à tribo, o meu atendimento foi relegado para depois de todos os outros elementos da espécie, e só quando todos foram atendidos é que o jovem se decidiu a partilhar as suas bebidas comigo. Houve mesmo um espécime que atendeu uns três elementos que estavam ao meu lado, e quando chegou a minha vez, levantou o seu perfeito dedinho indicador como quem diz "Desculpe, não sou da sua categoria" e abandonou o balcão para falar com outros elementos notáveis. Tudo isto é para mim fascinante, deixa-me boquiaberta e interiormente sorridente.
Lá soou o gongo, sinal de que mais um desfile se ia iniciar, e toda a tribo se dirigiu para o recinto onde a acção se ia passar. Não tendo convite para mais um desfile, lá nos decidimos a abandonar o local, e regressar ao mundo real.
Uma última imagem ficou gravada na minha memória. Enquanto descia a escada, uma jovem muito jovem, não mais do que quinze anos, esperava à porta do mercado. Notoriamente uma modelo, tinha uma elegância natural, um rosto oval perfeito com uns olhos verdes enormes e uns lábios perfeitamente desenhados pelo grande Grande Desenhador da Humanidade. No entanto esta beleza rara tinha um olhar triste e enfadado. Ao mesmo tempo que a admirava e equacionava a hipótese de ir ter com ela para lhe dizer o quão bela era (o que não fiz, porque não devemos interagir com outra tribo, podemos perturbar o seu comportamento normal), perguntava-me como é que alguém tão belo podia estar tão aborrecido. Mistérios da natureza humana ou mistérios da tribo fashion? Terei que investigar mais a fundo...

Wonderful hope

Há 69 dias que 33 pessoas viviam na escuridão, juntos, sozinhos com os seus pensamentos, com a sua esperança. Ver a luz do dia novamente. Ver a família novamente. Respirar ar fresco novamente. 
É-me impossível conceber o que terão sido estes 69 dias para estes 33 homens, a dificuldade que devem ter tido em acreditar, ao princípio, que sairiam dali vivos. No entanto, houve várias pessoas que tentaram imaginar o que se passaria entre este homens.
Quando o acidente aconteceu, ouvi vários peritos, na rádio, na televisão, falarem sobre o stresse mental a que os mineiros estavam sujeitos, como isso ia afectar o seu relacionamento, como poderiam eclodir brigas, desacatos. Opinaram sobre a confusão que provavelmente se iria gerar quando fosse a altura de voltarem à superfície, como poderia haver brigas, discussões, cada um a querer ser o primeiro a regressar à vida.
Fiquei feliz e emocionada, hoje de manhã, quando vi o abraço do primeiro mineiro ao seu filho e mulher. As lágrimas que corriam pelo rosto da criança falavam bem da felicidade do momento, e da angústia destes 69 dias. Mas fiquei ainda mais feliz por ver que o ser humano, ao contrário do que anunciavam os arautos da desgraça, consegue unir-se na adversidade. Não foi o pior de cada homem que veio à superfície, enquanto estavam nas profundezas da terra. Acredito que foi o melhor de cada um, a humanidade, a esperança, o amor pela família, a crença em Deus, que os fez ultrapassar estes negros 69 dias. Foi o melhor de cada um que permitiu que o regresso de todos se fizesse de forma ordeira, organizada e segura. Chamem-me ingénua, mas acredito no Homem.

PS: E como o nome da cápsula foi bem escolhido. 

sábado, 9 de outubro de 2010

I wonder why...


Hoje, em conversa com a querida Formiga, chegámos à conclusão que há um qualquer defeito genético nos homens (que se pode juntar ao facto de nunca quererem perguntar direcções ou de não lhes passar pela cabeça mudar o rolo de papel higiénico), que os impede de conseguir encontrar coisas que estão à frente dos olhos.
Já repararam que os meninos, rapazes ou homens têm tendência para perguntar sempre onde estão as coisas que procuram, em vez de procurar convenientemente? Na realidade os homens não olham para procurar, procuram a gritar. Maria, onde é que estão as minhas cuecas pretas com o papagaio? Carlota, as minhas chaves de casa? Albertina, onde é que está o transformador da minha pedaleira? Em qualquer dos casos, estas questões são feitas alto e bom som, preferencialmente de outra divisão qualquer da casa, enquanto lavamos a loiça ou fazemos a cama. Supostamente teríamos que abandonar tudo e ajudá-los na demanda do objecto perdido, como se fosse da nossa responsabilidade saber do paradeiro das coisas deles. Mas como temos mais do que fazer gritamos também: As cuecas estão na primeira gaveta da tua mesa de cabeceira! As chaves estão no prato na estante da entrada! O transformador da pedaleira está dentro da caixa dos pedais. 
E eles lá tentam encontrar o famigerado objecto, enquanto nós continuamos o que quer que seja que estamos a fazer. Se o que eles procuram não é encontrado nos três segundos seguintes, começam a ouvir-se portas de armários a bater, gavetas a serem empurradas ferozmente e caixas abertas de supetão. Mas nada. O que procuram não se encontra à mão. Já viram no sítio onde dissemos e em mais trinta, que nem sequer se aproximam remotamente do local onde supostamente está o que procuram. São capazes de procurar as chaves de casa na despensa e as cuecas na sala. 
Finalmente, quando nos fartamos de ouvir berros e portas a bater, lá largamos o que estamos a fazer e vamos direitas ao local onde sabemos que está o que procuram: as cuecas com o papagaio estão mesmo na primeira gaveta da mesa de cabeceira, mas estavam debaixo das cuecas brancas. As chaves estão no prato na estante da entrada, mas com uma carta a tapar. O transformador está na tal caixa dos pedais, mas na divisória do lado. 
Chego à conclusão que, como em tanta coisa na vida masculina, os nossos congéneres ficam-se pelas primeiras vistas, pelas aparências, pelo que está por cima. Ir além disso dá muito trabalho. Mas isso deixa-me com uma questão existencial: porque é que os detectives mais famosos são homens? Seriam in the closet gay guys? Fica a pergunta...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

And now what?


Esta semana sinto-me completamente deprimida e impotente. 


O meu rebento mais velho, que faz seis anos daqui a menos de duas semanas, detesta a escola. Todos os dias é um drama para deixá-lo, um pranto que me rasga o coração e, no entanto, tenho que me fazer de forte e obrigar as mãozinhas dele a largar as minhas pernas.

A primeira semana até correu bem. Além de ter ficado na escola que escolhi, ficou numa turma cheia de amigos do infantário e tudo era novidade. 

Esta segunda semana começou com um resmungo matinal de "não quero ir para a escola", evoluiu para uma birra de "não gosto da escola" e escalou para uma telenovela de "não me deixes aqui, quero ir para casa". Ora isto tudo, dito assim, parece manha e fita. Mas venham lá dizer isso a uma mãe que olha para o seu filho lavado em lágrimas, a ser puxado para dentro da escola, com os braços esticados na sua direcção, como quem pede para ser salvo. Ontem tive que fugir, para ele não me ver chorar. 

Não estava à espera disto, já que há mais de um ano que ele ansiava pela primária. Quase todas as semanas, desde os quatro anos, me perguntava se ainda faltava muito para ir para a outra escola. Mas chegado à outra escola, descobriu que "não gosta de trabalhar". Não quer passar os dias a fazer fichas e deve ter saudades de passar o dia a pintar, ler histórias e brincar com os amigos. Digo "deve ter saudades", porque nada sei, por ele, do que se passa na escola. Perante as minhas perguntas quotidianas e, confesso, chatas, a resposta na ponta da língua é "não me lembro!".  Não se lembra do que se passou há duas horas, o menino que sabe os resultados de todos os jogos do Mundial deste ano, e que me disse hoje de manhã "não gostas desta música", enquanto começava a tocar a nova dos Scissor Sisters, porque eu lho disse há dois meses atrás. 

Sinto-me impotente, duma forma que nunca me senti antes. Quando ele fica doente, posso dar-lhe remédios, quando precisa de carinho, tem o meu colo. Mas o que fazer agora? Não posso aceder ao pedido dele, não lhe consigo tirar a angústia, nada posso fazer para que páre de chorar.

Toda a gente me diz que é normal, que é a adaptação, que vai passar. Apetece-me responder: sim, eu sei isso tudo, mas e até lá? 

PS: Engraçado, que enquanto procurava fotografias para meter neste post, sob o tópico "first day at school", só me apareciam crianças "nos trinques" todas sorridentes de pastinha às costas. Será isso o normal?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

L'enfer c'est les autres... (será?)


Por vezes as pessoas surpreendem-se a si próprias. Foi o que me aconteceu hoje de manhã.

No caminho para o infantário da minha filha, tenho que passar por mais do que uma rua em que só passa um carro de cada vez, ou dois carros bem apertadinhos. Por vezes é muito irritante, porque os carros metem-se pela rua adentro, sabendo que vão ficar presos a meio, o que impede quem vem em sentido contrário de avançar. Ao fim de um ano lectivo é um bocado cansativo ter que aturar este comportamento, mas não posso fazer nada, a não ser cara de chateada.

Vamos então à história banal da minha pequena peripécia do dia. Hoje de manhã, quando estava quase a transpor o último obstáculo, antes de chegar a uma estrada civilizada, aparece-me um miniautocarro de frente. Esqueci-me de mencionar que esta última parte da estrada é em curva, pelo que os que vão a descer (meu caso) não vêm os que vão a subir (caso do autocarro), mas estes últimos têm um espelho que permite ver se vem algum carro a descer.

Ora o senhor do miniautocarro, entra na rua a apitar, quando me faltavam uns cinco metros para chegar ao fim da linha. Fiz-lhe sinal para descer o pouco que lhe faltava, e ele fez-me sinal para subir a rua toda, em marcha atrás, numa curva. Recusei. Dava para passarmos os dois, se nos desviássemos cada um para as bermas da estrada. Ele recusou. E aqui começou a minha batalha interior.

Quem me conhece sabe que não sou uma pessoa de conflitos inúteis. Mas neste momento senti a revolta dos injustiçados, e refugiei-me na estupidez dos casmurros. Tornei-me burra.

Enquanto o senhor do autocarro o desligou e ficou ali à espera, eu fiquei no meio da estrada, a olhar para ele e a que pensar: estás a ser tão estúpida, estás a ser tão estúpida!

Entretanto, sendo a hora que era, começa a formar-se uma fila atrás de mim, e outra atrás do autocarro. Condutores irados vêm ter comigo, a dizer que tenho que recuar. E eu, na minha teimosia, digo que não recuo. Tenho prioridade, estou no fim do caminho e não vou fazer marcha atrás naquela estrada. O condutor olha para mim com ar risonho, boçal e gozão. As pessoas começam a irritar-se, e eu a pensar: estou a ser tão estúpida como os estúpidos que costumo criticar. Mas outro lado dizia: não vergues, a razão está do teu lado.

Um senhor conciliador lá convenceu o condutor a avançar encostado a um lado da estrada, enquanto eu descia rente a uma parede. Cheguei ao fim do caminho envergonhada e a sentir-me derrotada. Perdi a batalha comigo mesma, o meu lado bom foi vencido pela teimosia e mesquinhez do meu lado mau.

Á beira dos quarenta, tenho comportamentos de recreio da primária, quando pensava que estava a tornar-me adulta. Tive a confirmação de uma ideia que tenho há bastante tempo: nunca paramos de nos surpreender, para o bem ou para o mal, e nunca nos conhecemos verdadeiramente. Sou capaz de ser tão estúpida como os estúpidos que me dão cabo da paciência no dia a dia.

Resta-me aprender a lição, inscrever-me no ioga e contar até cem na próxima vez que estiver numa situação em que tenha vontade de puxar os cabelos à Ana Gabriela...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

testosterona

Moveis do Ikea para montar? Venham eles!!!
Comeco a achar q a bricolage tem o mesmo efeito nos homens que uma mulher bonita..
Boost de moral e auto confianca!!!

Imaginem qual seria a reaccao de um senhor trolha se um movel Stockholm por montar passar pela sua obra?!
O flor... deixa-me apertar o teu parafuso!!!

garfield ?!

Tenho dias em que acho q o Garfield era um menino...
Hate mondays?!!! Baby Garfield... I hate mondays, tuesdays, wednesdays,
thursdays and fridays... tudo o q seja dia de trabalho :s

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

The Big Q...

Ha dias fizeram-me a pergunta. A tal, mais uma vez.
"Então, quando é que casas?".
Confesso que não sou fã da instituição, sou mais do estilo "been there, done that", e não gostei. Mas andam a perguntar-me isso com uma certa regularidade, ultimamente.
Mas esta pergunta, após uma rápida resposta de "lá para os sessenta...", deixa-me sempre a pensar. Porque é que não me caso?
Não sei se é do Verão, se do trânsito do sol na casa 12 do meu signo, mas o que é um facto é que descobri a resposta: não me caso porque já estou casada.
Casei-me duas semanas depois de ter começado a namorar, no Sacré-Coeur, enquanto um padre congolês oficiava uma missa, e o meu amor me dizia que queria estar comigo pour les siècles des siècles, e me metia um anel de fio no dedo. Casei-me com um homem que acredita em mim, e ano após ano demonstra que é comigo que quer estar, para o que der e vier. Casei-me com um homem que tem estado comigo nos bons e (muitas vezes) maus momentos, que me ama nos dias em que estou feliz e nos dias em que estou de (muito) mau humor.
Não me preciso de mais compromisso do que este, não preciso de um anel de ouro. Não preciso de papel, não preciso de mais confirmação terrena e divina. Em Montmartre tomei o compromisso que tenho que honrar. Há algo mais perfeito que casar em Paris?
Tudo o que preciso está aqui, já me foi dado. Casar de papel passado é uma redundância. É fazer a vontade a terceiros. E como toda a gente sabe... entre marido e mulher não se mete a colher.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Happiness...

Esta tarde, enquanto fazia zapping, parei na RTP2, ao ver um programa que me intrigou. O écran dividido em dois rectângulos: num dos lados uma pessoa que falava, no outro, o écran preto, com a tradução do que estava ser dito. Falaram pessoas da Tchetchénia, de Israel, de França, dos Estados Unidos. Cada uma dizia o que era para elas a felicidade. E foi um momento tocante, simples, emocionante.
Para a jovem tchetchena, a felicidade era o silêncio, depois do caos da guerra. Para a idosa francesa, foi o nascimento do filho, depois de ter estado às portas da morte. Para a israelita. eram momentos fugazes que passavam na vida dela. Para o americano judeu ortodoxo, foi sentir a presença de Deus, depois de uma noite de discussão com um palestiano de Gaza, ao fim da qual descobriu que apesar de todas as diferenças, os corações deles estavam próximos. Para o homem maliense, a felicidade é ter saúde e sentir-se em paz. Para a senhora etíope, é ultrapassar as adversidades.
O mundo tem tantas definições de felicidade, quantas pessoas nele vivem. Para uns mais materiais, para outros mais espirituais, mas todas tocantes, todas especiais, todas únicas.
Adorei ter a oportunidade de conhecer este projecto, 6 milliards d'autres, que já dura há uns anos. As pessoas partilham com o mundo o que é para elas uma míriade de coisas: dinheiro, raiva, país, amor, vida, sonhos. Vale a pena ver. Acho que vou deixar o meu testemunho...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Holidays!

Adoro as férias dos outros. Adoro sair de casa de manhã e não ter trânsito, entrar nas rotundas sem ser em stress, não ter problemas para estacionar. Se acordar de mau humor, as férias dos outros põem-me de bom humor. Se acordar bem disposta, as férias dos outros deixam-me em êxtase, com um sorriso de orelha a orelha! Quero férias para os outros o ano inteiro! Para mim podem ser só os 22 dias úteis. De qualquer forma as férias dos outros fazem-me sentir em férias.

terça-feira, 8 de junho de 2010

And the guilty

Ultimamente tenho recebido uns telefonemas anónimos que me irritam profundamente. Tenho 99,99% de certeza sobre quem me anda a ligar, mas não tenho forma de confirmar. Assim, ontem resolvi ligar para a Vodafone, para saber se havia alguma forma de ter o número de quem me liga.

Fiquei então a saber que, após um longo processo burocrático, poderá ser dada autorização, durante 30 dias, para ver os números de quem me liga anonimamente. Mas quem me liga ouvirá uma mensagem quando marcar o meu número, a informá-lo que o número não está anónimo, e que vou poder vê-lo.

Ora digam-me lá, mas afinal para que é que serve então a possibilidade? Alguma vez o cobarde que me liga dez vezes ao dia vai prosseguir com o telefonema? Talvez resolva nesse instante: olha, afinal vou-lhe perguntar como está a correr o dia, como estão os filhos.

Isto leva-me a pensar que a lei no nosso lindo país à beira mar plantado, está feita para o prevaricador. Desde o alcoólico acelera que mata alguém ao volante e tem pena suspensa, aos ladrões multimilionários que são absolvidos por falhas técnicas e aos pedófilos e assassinos que são libertados mais cedo por alterações da lei, em Portugal tudo é leve para o criminoso.

Enquanto isso nós, os respeitadores, lixamo-nos (pardon my french), e acreditamos cada vez menos que seja feita justiça por estas bandas. E comigo foram só uns telefonemas anónimos. Que sentirá quem tudo perde?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Love story

Tenho pensado para com os meus botões que isto de ter um blogue é como uma relação.

Começa ardentemente, não pensamos senão em escrever mais. Está na nossa mente todos os dias, ansiamos pelo regresso, o momento em que estamos em frente dele e podemos voltar a passar para a blogoesfera o que nos vai na alma, no coração. Queremos partilhar a nossa felicidade, estamos sempre a ver quem mais o lê, se tem mais fans, se há comentários.

Mas o tempo continua a passar, a voar, a levar-nos para outras paragens. Até que um dia damos conta que o nosso blogue já não faz parte da nossa vida. Deixámos morrer a relação, mas ele ainda é importante para nós. Então voltamos. Relemos os posts passados. Rimos. Pensamos. Reflectimos e vemos que gostamos mais dele do que pensávamos. Não o queremos perder. Arrependemo-nos. 

E recomeça a relação. Talvez mais forte, por mais um tempo. Até a vida nos levar outra vez para outros interesses. Mas entretanto, aqui estamos, a fazer mais um esforço, a recapturar o encanto do inicio. 

Este é o meu recomeço. Vamos ver quanto tempo dura.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

cinderellas de shopping

estava a formiga atómica a olhar para umas t-shirts numa loja algures, quando ouve a seguinte frase:
o homem que se casar comigo não me vai dar isso, hei-de-me casar com um homem que me possa comprar um T5 no centro de lisboa!!!
pensamento imediato da formiga:
pobre rapariga... há-de morrer solteira...

domingo, 2 de maio de 2010

This just makes me...

Doente! Fico doente só de ver o anúncio deste programa. Hoje, que é dia da Mãe, pergunto-me: que espécie de mães são estas, que usam as filhas para realizar os próprios sonhos, satisfazer as próprias frustrações ou tentar ganhar dinheiro? Que mães são estas que não vêem que estão a roubar a infância, a inocência das crianças que escolheram trazer ao mundo? Que mães são estas que corrompem o espírito das filhas, instilando-lhes a vaidade, a ganância, a mesquinhez da vitória a qualquer custo. Que mães são estas que fazem as filhas passarem por uma frustração constante, semana após semana, quando não conseguem ganhar o concurso para o qual se esforçam tanto. Que princípios são transmitidos a estas meninas, que vão elas esperar do futuro, e com que olhos vão olhar o mundo?
Uma amiga minha disse-me uma vez que não percebe como é que é preciso ter uma carta de condução para ter um carro nas mãos, e não é necessário passar nenhum teste antes de vermos a vida de uma pessoa ser-nos totalmente confiada. Pergunto-me se ela não tem razão...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Running

Because I always feel like running
Not away, because there is no such place
Because, if there was I would have found it by now
Because it's easier to run,
Easier than staying and finding out you're the only one... who didn't run
Because running will be the way your life and mine will be described
As in "the long run"
Or as in having given someone a "run for his money"
Or as in "running out of time"
Because running makes me look like everyone else,
Though I hope there will ever be cause for that
Because I will be running in the other direction,
Not running for cover
Because if I knew where cover was,
I would stay there and never have to run for it
Not running for my life,
Because I have to be running for something of more value
To be running and not in fear
Because the thing I fear cannot be escaped, eluded, avoided,
Hidden from, protected from, gotten away from,
Not without showing the fear as I see it now
Because closer, clearer, no sir, nearer
Because of you and because of that nice
That you quietly, quickly be causing
And because you're going to see me run soon
And because you're going to know why I'm running then
You'll know then
Because I'm not going to tell you now

Gill Scott-Heron

sábado, 17 de abril de 2010

I'll take you in pieces
We can take it all apart
I've softened shipwrecks
Right from the start
I've been underwater
Breathin' out and in
I think I'm losin'
Where you end and I begin


The XX, Basic Space
Slip on down from that sun
To climb down to earth
And down to things like time
Because we are all, we are all just lovers
Born of earth and light like all these others



Portugal. The Man

quinta-feira, 1 de abril de 2010

what a day, what a day...

I'm feeling kind'a hungry
Cause my high is coming down
Don't feed me yours
'Cause your Buda's not indoors


Erykah Badu

sexta-feira, 19 de março de 2010

Disgusting!

É uma vergonha que um espectáculo desportivo seja a desculpa para extravasar a violência e estupidez humanas. Este Fernando Mendes da claque da Juve Leo é um imbecil que devia estar na cadeia. "Faz-me lembrar e reportar há alguns anos atrás a batalha de Aljubarrota..." Como é que é possível? Ainda me custa a crer que haja pessoas tão ignorantes e boçais hoje em dia no nosso Portugal.

domingo, 14 de março de 2010

Sad moment...

Ontem tive uma óptima tarde em família, na preparação da surpresa para o dia do Pai. Estive com os meus filhos, umas amigas, muitas crianças e muito riso. 
No meio da diversão, resolvemos descalçarmo-nos, tirámos as meias e ficámos mesmo de pézinho ao léu. O meu filho recusava-se terminantemente a tirar as meias verdes às riscas. Não liguei e tirei-lhas, contra a vontade dele. Ficou chateado comigo, amuou, mas depois passou-lhe, como eu esperava. Passámos o resto da tarde a brincar e nem pensei mais no facto dele não ter querido tirar as meias.
De regresso a casa, já a irmã dormia na cadeirinha dela, ele pergunta-me porque é que o obriguei a descalçar, quando ele não queria. Disse-lhe que tinha sido para ficarmos todos iguais, estávamos todos descalços e não fazia mal. A isto ele responde-me que não gosta de se descalçar, porque na escola os meninos riem-se dos pés dele. Não queria acreditar! O meu filho tem 5 anos, e já tem um complexo? Os colegas riem-se dos pés dele? Mas a que propósito? O meu coração ia-se partindo de tristeza, a imaginar a cena, o embaraço do meu bebé, que não tem nada de especial nos pés e já se sente desconfortável com uma parte dele, por causa do riso dos outros. Senti-me tão triste. O que pode uma mãe fazer? Por mais que lhe diga que tem uns pés lindos, que não tem nada de especial e que os coleguinhas são tolos, o que é um facto é que... ele tem vergonha dos pés. Foi a primeira vez que me senti triste pelo meu filho, por uma ferida invisível que ele tem, e à qual não posso dar beijinho para passar. Sei que vou ter mais momentos destes ao longo da minha vida de mãe, momentos em que me vou dar conta de que não os posso proteger de tudo, que eles têm que se magoar... mas magoa não poder proteger, quando isso está tão estreitamente ligado ao facto de sermos pais. 
Espero que, seja qual for o deus protector das Mães, ele me traga assim pouquinhos desses momentos, que não gosto deles!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Guess what!

Descobri que tenho um sério preconceito... contra pessoas que não sabem escrever!
Recebi um pedido de amizade no Facebook, de um ilustre desconhecido. Fui investigar quem eram os 3 amigos que tínhamos em comum... a escola de futebol do meu filho, o meu Pai e uma amiga minha. Não encontrando nexo nestes relacionamentos, resolvi ir ver a foto do senhor. Eis senão quando me deparo com algumas fotos do personagem, e respectivos comentários dos amigos. Meu Deus! Tanto o senhor como as suas relações foram pródigos em pérolas do estilo: "a égua tem que ter rédia curta", "os princepes andam a cavalo", e outras maravilhas do género. Por brevíssimos segundos pensei que fosse gralha, mas era erro meu. Penso sempre que as pessoas são melhores do que na realidade, mais inteligentes, mais gentis, mais generosas, mais simpáticas...
Há dias um amigo meu, com nome de pássaro cheio de ó's, disse-me que muitas vezes as pessoas confirmam o nome dele. 
- "O quê? Cotovio?" 
- "Pois, pensam que tem u's, ou no meio, ou no fim..."
Nem quero pensar o que o acordo ortográfico vai fazer nestas mentes iluminadas.
Hoje também ouvi a linda pérola portuguesa "colega, destrocas-me esta nota?". A idade não me tem trazido sabedoria, pelo contrário torna-me mais incauta em certos momentos, e foi preciso todo o esforço do mundo para não esclarecer a senhora sobre o verdadeiro sentido do que tinha dito. Ainda me metia em confusões...
Finalizando: o meu potencial "amigo" levou uma nega virtual, não me dou bem com ignorantes. Sou uma pretensiosa pelos vistos! (Nem sei que imagem hei-de meter neste post... sugestões?)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Long live McQueen


Admito que sou uma fashion victim e não tenho qualquer problema com isso.

E como fashion victim que sou, não queria perder a oportunidade de prestar uma pequena homenagem a Alexander McQueen, que nos deixou no passado dia 11 de Fevereiro... Ainda me lembro, ainda teenager, de ver na TV o seu primeiro desfile para a Givenchy e ficar maravilhada!

Deixo aqui uma imagem de uma das suas últimas criações. Uns sapatos lindíssimos, quase etéreos, que me fazem lembrar uma bailarina em pontas dos pés... simplesmente genial!


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Resiliência

Ultimamente tenho ouvido muito disto:
- és tão forte, não sei como aguentas
- se estivesse no teu lugar não sei se teria força
- como é que consegues?
- se fosse eu já tinha perdido a sanidade mental
Hoje fui almoçar com uma amiga muito querida e uma destas frases surgiu - resposta imediata "se estivesses no meu lugar agirias da mesma maneira".
Quando estamos à beira do precipício, quando sentimos que o que é mais importante na nossa vida pode desaparecer, surge uma força - quase sobrenatural - que nos faz aguentar tudo e todos. De acordo com a Wikipédia, a resiliência "é uma combinação de factores que propiciam ao ser humano, condições para enfrentar e superar problemas e adversidades". Na minha humilde opinião, não sei se isto se aplica ao género humano -penso que é uma característica inata às mulheres, desculpem-me os gents que estão a ler este blog... Que somos muito mais fortes que os Homens é senso comum, mas isto é algo diferente. Será que as mulheres nascem com um instinto inato que nos ajuda a enfrentar a adversidade? Acho que somos assim porque não sabemos ser de outra maneira - e a maioria das mulheres não sabe que tem essa força dentro de si.
Não é que sejamos umas santas... não vamos exagerar, afinal somos mulheres - temos o período e tal, e às vezes somos complicadas como o caraças! Mas por mais difícil que seja a situação nós aguentamos, nem que tenhamos que dar uns berros e trancarmo-nos no quarto a ouvir música em alto e bom som!!! Mas depois passa a neura e lá voltamos com a nossa armadura para aguentar tudo! Problemas? Venham eles - I'll kick their ass!!!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Strange thing

Alguém me explica porque é que, enquanto vou na marginal, ouço melhor isto ou isto do que isto? Os meus neurónios não conseguem apreender o porquê desta situação... será que a culpa é do rádio do meu carro? Apelo a quem perceber destas coisas que tente esclarecer esta mente ignorante nestas matérias. Muito obrigada.

Dreaming...

Esta noite o meu subconsciente levou-me a ver um amigo há muito desaparecido. Fui visitá-lo no local onde ele trabalhava, uma plataforma de petróleo, um dos sítios mais irreais do mundo e onde duvido seriamente que alguma vez venha a meter os pés, a não ser em sonho.
Enquanto dormia, reencontrámo-nos, como se não nos víssemos realmente há muito. E ele deu-me o abraço mais apertado, mais cheio de carinho que me lembro de ter recebido. Em sonho ou na realidade. E foi tão real, tão verdadeiro, que me senti nos seus braços. 
Foi um sonho agridoce. Mesmo que em sonho, pude revê-lo, como na realidade. Mas ao acordar, apeteceu-me voltar a adormecer, para sentir a amizade e o carinho que ele tinha por mim. Ao acordar dei-me conta de que tenho mesmo muitas saudades dele.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sambódromo gélido

Há uns anos que o Portugueses decidiram que tinham que ter um Carnaval carioca. 
Como conseguem andar a sambar descascados com estas temperaturas é que eu não percebo ...
Quem não mexer, congela ... 



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Se um estranho te oferecer flores é...

Impulse!!!
E se a pessoa estranha que é o teu chefe te disser barbaridades como por exemplo: há-des dizer a ele ou já fizestes? ou percebestes?... Isso é o quê? Um súbito Impulse de desatar a rir de tamanha ignorância?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O fim-de-semana provoca jet lag

Adormecer "a horas " no Domingo e acordar cedo na Segunda-feira é um verdadeiro tormento.
A Segunda-feira é um dia muito difícil...Depois dos dois merecidos dias de "descanso do guerreiro" durante os quais nos deitamos à hora que nos apetece e dormimos sem hora marcada para acordar, o corpinho tende a adaptar-se rapidamente ao se ritmo natural. Deitar tarde e tarde erguer, pode não dar saúde e fazer crescer, mas sabe pela vida (a esta hora do campeonato também só cresço para os lados e isso não interessa a inguém).
A conclusão a que chego é que o meu ritmo biológico não se coaduna com o eterno exercício de acordar a horas matutinas com o som estridente e desagradável de um despertador e desatar a correr como se não houvesse amanhã. Tanto que não me habituo a isto durante cinco dias seguidos e me habituo num instantinho ao fim-de-semana sem horários, por curto que seja.
Não respeitamos o nosso ritmo biológico constantemente ... isto é que não deve ser nada saudável.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"A frivolidade é a mais bela resposta à angústia" Cocteau

isto explica muita coisa...

Tiger Man...



Legendary TigerMan
Porquê? Porque acho esta foto extremamente sexy... e porque acabei de ouvir a música dele com a Maria de Medeiros e achei o máximo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sometimes I wonder...



Aquando do planeamento da minha fuga neste fim de semana pensei, "Onde é que vou? O que é que vou fazer? Apetece-me ir ao cinema... já sei! Vou a Alfragide ao cinema, aproveito tomo um café no Starbucks e dou um pulo à FNAC. Chego à sala, preparada para sair e o meu mais que tudo pergunta-me: onde vais?
-"Vou sair, estou a dar em maluca."
-"Fazes bem. Vai ao cinema, distrai-te. Vai a Alfragide, toma um café no Starbucks, passeia na FNAC. Olha, depois traz-me um moka."

No meio da minha irritação, da vontade de partir coisas, saltou cá para fora um sorriso. Meu Deus, às vezes pergunto-me, existem almas gémeas, ou é uma fabricação do nosso imaginário romântico? Não sei, mas que às vezes sorrisos aparecem do nada, lá isso aparecem...

As good as it gets!





Desde que deixou a puta da droga e começou a fazer exercício, este senhor está simplesmente delicioso... será que fala italiano?





Weekends...


Este fim de semana tive uma "trip", um "vipe", "deu-me uma coisinha má".

Este mês e meio de "jejum" de computador e net foi um mês e meio de "indigestão" de doenças cá em casa. Gripes, amigdalites, otites, e sei lá mais o quê, os vírus não largavam o pessoal cá de casa. Resultado: há um mês e meio que tinha os pimpolhos em casa, ora à vez, ora os dois ao mesmo tempo. Sem sair de casa. Fechada entre quatro paredes. Resultado: stress mental. Resultado: pouca paciência e tendência a ver as coisas com olhos de sociopata.

Neste sábado, às 16 horas, depois de uma manhã e principio de tarde de loucos, com os miúdos a reencarnarem o Chuckie e o Filho de Satã, mal o meu querido marido meteu a chave na porta e entrou em casa, eu vesti as calças e saí porta fora. Estava no limite de começar a arrancar cabelo enquanto batia com a cabeça na parede.

Saí porta fora em direcção à liberdade, ao ar fresco e poluído de Alfragide, às filas da estrada nacional 117, às multidões de sábado à tarde nos centros comerciais... e soube-me tão bem!!! Sozinha. Sozinha por umas horas sem ter que me preocupar com lanches, jantares, fraldas, birras, guerras, banhos. Meu Deus, o paraíso é em Alfragide!

Estive fora de casa até à meia noite, fui a duas sessões de cinema onde pude deliciar-me com um senhor que está cada vez melhor com a idade, demorei uma hora a beber um frapuccino enquanto lia uma revista espanhola já manuseada por trezentas pessoas, sem medos de gripes A e o catano.

PS: Para os desconhecidos que lêem estas deambulações, só queria informar que DETESTO centros comerciais (quando estou normal).

Father figure

Pais... há tanto para dizer.

Ontem fui almoçar com o meu Pai. Não é coisa normal, sou muito mais ligada à minha Mãe, e poucas vezes almocei com o meu progenitor sem a minha Mãe a acompanhar. Mas ontem lá fomos partilhar a refeição do meio dia.
Encontrámo-nos em frente à Brasileira. O meu Pai é uma personagem caricata, com um metro e oitenta e cinco e uns bons cem quilos, com um ar "pachola" (palavra que ele adora) e permanentemente com o seu chapéu à Indiana Jones.
Fomos almoçar à Rosa da Rua, um dos meus restaurantes preferidos ali na zona, e que à quarta-feira tem cozido à portuguesa, pelo qual o meu Pai, bom garfo e nada nouvelle cuisine, se pela.
Enquanto subíamos a rua de São Pedro de Alcântara, lá me foi contando que saiu mal no metro, e em vez de subir para o Chiado, foi parar à Baixa. Desorientado, lá resolveu pedir indicações para o famoso café onde tínhamos marcado encontro. Mas, como teve vergonha, resolveu dirigir-se a um grupo de jovens raparigas e perguntar-lhes o caminho...
- Scusi, signorina, dove posso trovare... come si dice?... La Brasi...
Pelo que me contou, as meninas começaram logo a sorrir mal o senhor se lhes dirigiu em italiano. Afinal, que mulher resiste a essa língua dos deuses do amor? Até o Roberto Benigni a pular sobre cadeiras na entrega dos Óscares se torna irremediavelmente irresistível mal abre a boca para agradecer, e o meu Pai é um senhor charmoso. Não lhe fazia mal perder uns vinte quilos, mas isso já é outra história. Indicaram o caminho, e quando eu cheguei à Brasileira (atrasada) já ele lá estava, percorrendo o horizonte à procura do meu lindo sorriso, como ele diz.
Porque é que estou a contar isto? Porque me surpreendeu. Porque me enterneceu. Porque me fez rir. Porque acho piada que um homem de sessenta e três anos ainda fique embaraçado por perguntar o caminho.
Os Pais... há tanto para dizer. Mas às vezes, se calhar, de vez em quando, devíamos era escutar.

So much to say...










Estive fora tanto tempo... tanto que me apeteceu escrever aqui, e não podia. Mas agora estou de volta, por isso preparem-se para ter que aturar uns quantos posts de seguida. E não fica nem a metade do que me passou pela cabeça neste mês e meio de ausência.