A semana que passou teve um evento importante para esta vossa amiga: o meu aniversário.
Fui convidada a almoçar num restaurante moderno e chique, pelo meu querido mano mais novo. Chegámos bastante cedo, fomos aliás os primeiros clientes da hora de almoço nesse dia. Pôr a conversa em dia e desfrutar da companhia do meu mano é sempre agradável, ainda para mais acompanhado de boa comida.
Já estávamos quase a terminar, quando começou a hora da ponta do almoço. Eis que vejo chegar a clientela do restaurante. E eis que pude contemplar a dimensão da crise em Portugal.
Não havia um cliente que entrasse naquele restaurante que não viesse num modesto BMW ou Mercedes topo de gama. Não havia um senhor que não viesse com um fato de bom corte e uma gravata discreta. Não havia um homem de negócios que não se sentasse com o seu telemóvel topo de gama, preferencialmente Iphone 4, na mesa ao seu lado. Tudo nas pessoas que entravam, homens e mulheres, transpirava sucesso, riqueza, qualidade de vida, satisfação, prosperidade.
Olhei à minha volta no restaurante, e só pensava na miséria que há por aí espalhada, nas pessoas a ficarem sem dinheiro para pagar casas, comida, senhas para o almoço dos filhos na escola, remédios. Só pensava nos mais de 2 milhões de verdadeiros pobres em Portugal. E eu ali, aparentemente também parte da elite endinheirada deste país, e interiormente a sentir-me revoltada por haver tantas desigualdades, tantos com tão pouco.
Da próxima vez que tentarem culpar a crise de alguma coisa, vou contestar: Crise? Qual crise estúpido?
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