Ha dias fizeram-me a pergunta. A tal, mais uma vez.
"Então, quando é que casas?".
Confesso que não sou fã da instituição, sou mais do estilo "been there, done that", e não gostei. Mas andam a perguntar-me isso com uma certa regularidade, ultimamente.
Mas esta pergunta, após uma rápida resposta de "lá para os sessenta...", deixa-me sempre a pensar. Porque é que não me caso?
Não sei se é do Verão, se do trânsito do sol na casa 12 do meu signo, mas o que é um facto é que descobri a resposta: não me caso porque já estou casada.
Casei-me duas semanas depois de ter começado a namorar, no Sacré-Coeur, enquanto um padre congolês oficiava uma missa, e o meu amor me dizia que queria estar comigo pour les siècles des siècles, e me metia um anel de fio no dedo. Casei-me com um homem que acredita em mim, e ano após ano demonstra que é comigo que quer estar, para o que der e vier. Casei-me com um homem que tem estado comigo nos bons e (muitas vezes) maus momentos, que me ama nos dias em que estou feliz e nos dias em que estou de (muito) mau humor.
Não me preciso de mais compromisso do que este, não preciso de um anel de ouro. Não preciso de papel, não preciso de mais confirmação terrena e divina. Em Montmartre tomei o compromisso que tenho que honrar. Há algo mais perfeito que casar em Paris?
Tudo o que preciso está aqui, já me foi dado. Casar de papel passado é uma redundância. É fazer a vontade a terceiros. E como toda a gente sabe... entre marido e mulher não se mete a colher.
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