terça-feira, 8 de junho de 2010

And the guilty

Ultimamente tenho recebido uns telefonemas anónimos que me irritam profundamente. Tenho 99,99% de certeza sobre quem me anda a ligar, mas não tenho forma de confirmar. Assim, ontem resolvi ligar para a Vodafone, para saber se havia alguma forma de ter o número de quem me liga.

Fiquei então a saber que, após um longo processo burocrático, poderá ser dada autorização, durante 30 dias, para ver os números de quem me liga anonimamente. Mas quem me liga ouvirá uma mensagem quando marcar o meu número, a informá-lo que o número não está anónimo, e que vou poder vê-lo.

Ora digam-me lá, mas afinal para que é que serve então a possibilidade? Alguma vez o cobarde que me liga dez vezes ao dia vai prosseguir com o telefonema? Talvez resolva nesse instante: olha, afinal vou-lhe perguntar como está a correr o dia, como estão os filhos.

Isto leva-me a pensar que a lei no nosso lindo país à beira mar plantado, está feita para o prevaricador. Desde o alcoólico acelera que mata alguém ao volante e tem pena suspensa, aos ladrões multimilionários que são absolvidos por falhas técnicas e aos pedófilos e assassinos que são libertados mais cedo por alterações da lei, em Portugal tudo é leve para o criminoso.

Enquanto isso nós, os respeitadores, lixamo-nos (pardon my french), e acreditamos cada vez menos que seja feita justiça por estas bandas. E comigo foram só uns telefonemas anónimos. Que sentirá quem tudo perde?

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