quinta-feira, 22 de outubro de 2009

As long as we both shall live...





Hoje de manhã estava parada no trânsito, no caminho para a escola dos miúdos. Olhei para trás, para o meu filho. Estava a olhar para a rua. Via-lhe perfeitamente o narizinho arrebitado e as pestanas enroladas. Com ar absorto e sério, contemplava o que se passava lá fora, os carros parados ao nosso lado, as pessoas em passo apressado em direcção à estação. O meu coração derreteu de amor.


Não fui daquelas mães que se apaixonam pelos filhos à nascença. Apesar do meu filho ser muito desejado, a adaptação à maternidade não me veio instintivamente, mas com o tempo. E com o tempo ele tem sabido cativar-me, tem vindo a crescer no meu coração, todos os dias um bocado mais. 


O que é engraçado, porque só com os filhos (pelo menos no meu caso) é que me dei realmente conta que o amor é infinito. Quando julgo que o meu coração já está cheio deles, descubro que há ainda mais espaço, e que um gesto, um sorriso, um olhar alheado, podem transformar este coração, outrora de pedra, num monte de manteiga ao sol no mês de Agosto (dos Agostos de antigamente, em que podíamos contar com dias infinitamente soalheiros e noites quentes, em que se dormia no chão da casa de banho).


E agora, quando o meu coração derrete de amor, tenho pena que só com todo o tempo do mundo nas mãos, consiga realmente apreciar a dádiva que um filho é.

1 comentário:

  1. ta dito! voto novamente em ti :o))
    mais palavras para quê? tá tudo aí!

    beijossss
    desnaturada!

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