sábado, 31 de outubro de 2009

Oh you men!

No seguimento da minha história da manhã de ontem, tendo suportado uma enfermeira casmurra, e corrido de um lado para o outro para chegar a casa a tempo de fazer um almoço apetitoso para as minhas queridas amigas FA e BJ, tive outro pequeno recontro com uma personagem caricata.
Vinha a conduzir, entrei na minha rua, a janela do carro aberta, este nosso Outono ainda está muito quente. Eis que passo por um grupo de trabalhadores da Câmara, os laboriosos senhores que tratam da envolvente paisagística do meu bairro. Quando o meu carro passa, um dos homens que está na berma da estrada lança um repenicado "chuaaaac", alto e bom som. Ouvi, parei, fiz marcha atrás.
A personagem estava na beira de estrada, folheando displicentemente o jornal Ocasião, já abstraído do estranho som que tinha feito segundos atrás.
-"Desculpe, isso foi comigo?"
-"Hã?"
-"Esse barulho agora, isso foi para mim ou estava a palitar os dentes?"
-"Estava, estava, porquê? Não posso?"
-"Pode, claro que pode, até tem tudo a ver consigo!"
E arranquei. Os amigos ficaram a rir, não sei se dele, se de mim. De qualquer das formas já não me interessa. Longe vão os tempos em que o assédio de homens boçais me deixava encolhida e envergonhada. É ou não é bom já ter experiência de vida e saber enfrentar trogloditas? Ah pois é!

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Ontem foi dia de levar o mais velho à vacina, já que fez 5 anos há quase 1 mês.
O centro de saúde da minha área de residência não tinha enfermeira para dar a vacina, pelo que tive que ir a Oeiras. Depois de mais de uma hora à espera, num centro repleto de pessoas, barulho e confusão, lá chegou a vez do meu rebento.
Entrámos. Enquanto a enfermeira ia confirmando a base de dados, os meus filhos brincavam com uns puzzles e livros que havia na sala.
-"Que idade tem o menino?" (brusca)
-"Cinco anos." (tem o boletim de vacinas à frente, minha senhora)
-"Não tinha que vir cá hoje, tem um ano para lhe dar as vacinas." (exasperada)
-"Como?" (incrédula)
-"Não havia necessidade de cá vir, pode dar-lhe a vacina em qualquer altura." (irritada)
-"Não havia enfermeira para lhe dar a vacina no meu centro de saúde, por isso é que vim cá." (irritada)
-"Pois, mas não tinha que vir hoje." (agressiva)
-"Tirei a manhã para trazer o meu filho à vacina, não vou fazê-los faltar à escola outra vez porque não havia ninguém para lhe dar a vacina no meu centro de saúde, quando posso ter isto despachado hoje." (irritada e de braços cruzados)
-"Podia vir nas férias, não há pressa." (voltando ao ataque)
Silêncio constrangedor... (não estou a acreditar na senhora e ainda por cima não sou daquelas pessoas que têm sempre resposta pronta para qualquer situação, com muita pena minha).
Depois de uns segundos a equacionar a hipótese de pedir o livro de reclamações, lá consegui articular uma frase.
-"Desculpe, mas não posso acreditar. Deve haver pessoas que não ligam nenhuma às vacinas, deixam passar do tempo, eu venho a tempo e horas e a senhora está a dizer-me que não devia ter vindo?" (irritada e ligeiramente agressiva... mas muito ligeiramente, eu sou só peace and love)
-"Pois, só lhe estou a dizer que não havia pressa, tem um ano." (insistente e casmurra)
Já nem respondi. Deixei-a ficar com a última palavra, deixei-a levar a bicicleta, deixei-a enterrar-se na sua pequenez de espirito e respirei fundo.
O meu filho portou-se que nem um super mega ultra campeão e não esboçou um queixume, nem se mexeu enquanto levava uma injecção em cada bracinho. Surpreendem-nos todos os dias estes miúdos...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009




Todos los dia la gente se arregla el cabello porqué no el corazon ?





Estava um destes dias a jantar num restaurante e deparei-me com esta frase na ementa.
Uma grande verdade, passamos grande parte da nossa existência a tratar da nossa aparência e não necessariamente a tratar do nosso interior, seja a cabeça ou o coração.
De alguma forma o nosso dia a dia assim o proporciona, é-nos exigido cuidado com a aparência, mas o interior que ninguém vê pode pode ser negligenciado.  Mas será mesmo ajuizado negligenciar o interior ? Não será tão importante como tomar duche, escovar os dentes e afins. 
Afinal de contas de o nosso estado de espírito reflecte-se na aparência. E o bem estar que proporcina é bem superior. 


terça-feira, 27 de outubro de 2009

ausências






Estarão vocês a pensar a razão da minha ausência, 
Terei abandonado o blog, mudado de casa, estarei sem internet em casa e no escritório, estarei entediada e não me apetece escrever, terei arranjado um namorado novo, emigrado para um país tropical perante a ameaça da chegada do Inverno (verdade, verdadinha, prefiro imaginar-me em Ipanema de água de côco na mão, passeando a bunda pelo calçadão ) estarei sem assunto, terei decidido viver sem internet, estarei numa expedição pela Antártica, a fazer um passeio a cavalo pela Terra do Fogo, em retiro espiritual num qualquer Ashram na Índia ? 
Pois, nada disso. Trata-se mesmo uma razão bem mais aborrecida. Desde que bloquearam os blogs naquela prisão onde trabalho e me privaram do prazer da minha  breve lufada de ar fresco diária, isto anda um pouco mais lento para os meus lados. Estou com dificuldades em conciliar as minhas actividades "extra-curriculares" ! 

domingo, 25 de outubro de 2009

I got the blues

Georgia, Georgia,
the whole day through
Just an old sweet song
Keeps Georgia on my mind
Talkin' 'bout Georgia
I'm in Georgia
A song of you
Comes as sweet and clear
as moonlight through the pines
Other arms reach out to me
Other eyes smile tenderly
Still in peaceful dreams I see
The road leads back to you
Georgia, sweet Georgia, no peace I find
Just an old sweet song
Keeps Georgia on my mind
Other arms reach out to me
Other eyes smile tenderly
Still in peaceful dreams I see
The road leads back
It always leads back to you
I'm in Georgia, Georgia, sweet Georgia
No peace, no peace I find
Just this old, sweet song
Keeps Georgia forever on my mind
Just an old sweet, sweet song
Keeps Georgia forever on my mind

Ray Charles, Georgia on my Mind

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

As long as we both shall live...





Hoje de manhã estava parada no trânsito, no caminho para a escola dos miúdos. Olhei para trás, para o meu filho. Estava a olhar para a rua. Via-lhe perfeitamente o narizinho arrebitado e as pestanas enroladas. Com ar absorto e sério, contemplava o que se passava lá fora, os carros parados ao nosso lado, as pessoas em passo apressado em direcção à estação. O meu coração derreteu de amor.


Não fui daquelas mães que se apaixonam pelos filhos à nascença. Apesar do meu filho ser muito desejado, a adaptação à maternidade não me veio instintivamente, mas com o tempo. E com o tempo ele tem sabido cativar-me, tem vindo a crescer no meu coração, todos os dias um bocado mais. 


O que é engraçado, porque só com os filhos (pelo menos no meu caso) é que me dei realmente conta que o amor é infinito. Quando julgo que o meu coração já está cheio deles, descubro que há ainda mais espaço, e que um gesto, um sorriso, um olhar alheado, podem transformar este coração, outrora de pedra, num monte de manteiga ao sol no mês de Agosto (dos Agostos de antigamente, em que podíamos contar com dias infinitamente soalheiros e noites quentes, em que se dormia no chão da casa de banho).


E agora, quando o meu coração derrete de amor, tenho pena que só com todo o tempo do mundo nas mãos, consiga realmente apreciar a dádiva que um filho é.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Trying to be strong...




Este tempo chuvoso dá-me uma vontade horrorosa de sair e ir às compras... Tenho sido forte. Por quanto tempo?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

My Casablanca




Sabem aquelas pessoas com quem sempre simpatizámos, mas com as quais nunca tivemos oportunidade de realmente iniciar uma amizade? E que, de repente, por circunstâncias da vida, passam a fazer parte do nosso dia a dia? E que, inesperadamente, passam a ser nossas amigas, e a ocupar um lugar no nosso quotidiano, na nossa mente e no nosso coração? E quando essas pessoas passam por momentos difíceis, gostaríamos de estar lá para as abraçar e dizer que vai correr tudo bem, mas ainda não nos sentimos muito à vontade, porque afinal só as conhecemos há meia dúzia de meses? 

Eu tenho uma pessoa assim na minha vida agora, e gostaria de lhe ligar para saber como está, sem sentir que estou a incomodar, gostaria de lhe dizer que estou aqui para o que for preciso, sem me estar a impor, gostaria de a ajudar a superar os problemas, sem me sentir a mais... mas ainda não estou lá. 

Mas como dizia o Bogart: "Louis, I think this is the beggining of a beautiful friendship".

vai começar tudo outra vez ...



As meia, os collants, as botas, os dias de chuva, as janelas fechadas, o trânsito de manhã  e ao fim do dia e sempre que há umas gotas de chuva (eu tenho a certeza que as ruas encolhem com a chuva ) os dias muito curtos, a falta de luz pela manhã.
É o adeus temporário ao chinelo no pé e ao fim-de-semana na praia, ao magnífico pôr-do-sol, ao calor.
E a esperança que o tempo quente volte bem depressa.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

There must be an angel...


Já tive mais do que uma situação na vida em que senti que algo me protegia. Momentos como aquele em que, por segundos, podia ter embatido na traseira de um camião por ter adormecido ao volante, mas abri os olhos mesmo a tempo; ou quando mudei de passeio na altura em que me iam fazer um roubo de esticão, sem ter sequer dado conta do que se passava; ou encontrei protectores providenciais quando estava a ser perseguida por um homem assustador.
Nessas alturas, tive a certeza que algo, alguém, pôs as suas mãos protectoras sobre mim, e oportunamente, fez por mim o que tinha que ser feito.
Hoje vi no telejornal algo que, mais uma vez, me convenceu que há pessoas que têm um anjo da guarda muito poderoso.
Vejam o vídeo e depois digam-me se não há crianças com muita sorte e mães ainda mais sortudas. Para informação geral, o bebé só ficou com uma nódoa negra na cabeça... e a mãe em estado de choque.


Qual será o limíte?


Qual será o limíte do nosso cansaço? Não falo do cansaço físico, que nos poderá eventualmente levar à morte, falo do cansaço emocional e psicológico.

Ultimamente não há um dia em que não pense que cheguei ao meu limite, no entanto a noite chega, o dia nasce, eu levanto-me e vou trabalhar, mais um dia!

As palavras não me saem certas da boca, parece que já não existe uma ligação entre o cérebro e a boca. Por vezes nem o próprio cérebro consegue reagir. O tempo é algo de muito estranho, não sei onde andam as minhas referências.

É engraçado como só nos apercebemos da importância de algumas coisas quando somos privadas das mesmas. Nós vivemos de acordo com um determinado número de referências, com certeza algumas comuns a todos, outras completamente diferentes de pessoa para pessoa. Assim de repente ocorrem-me aquelas que eu perdi e que me fazem falta, as referências temporais. Parece que perdi a noção de Verão/Inverno, Jantar/Pequeno Almoço, Ontem/Amanhã/Hoje, 10minutos/1hora, Natal/Páscoa,etc... Perdi-me, descarrilei, desorientei-me, perdi o comboio, não sei, mas algo aconteceu.

Não consigo memorizar, não consigo raciocionar, não consigo concentrar-me, não consigo ouvir e assimilar. Há um vazio, um adormecimento aterrador!

No fim-de-semana das eleições autárquicas, tive 2 dias preenchidos de afazeres. Na 6ª feira dei por mim desesperada porque tinha um compromisso, UM, e não me conseguia lembrar do que era.

Felizmente ainda não se me adormeceu a capacidade de rir. Está mais lenta, mais exigente quanto aos seus estímulos, mas existe. Sim, pode ser seguida de um choro, mas está lá. Rio-me de ouvir as minhas próprias barbaridades, de não me lembrar do nome do melhor amigo do meu filho, de não fazer ideia do que vou fazer amanhã e de deixar o farnel do dia à porta de casa todo o santo dia.

Choro por dentro, mais tarde, mas pelo menos tenho momentos de felicidade ao rir de mim própria! E tenho fé! Não sou religiosa, acho eu, mas tenho fé! Eu vou entrar no comboio novamente. Só espero que quem seguiu viagem tenha paciência e espere por mim, mais uma vez!

Família "vai-se andando"


É verdade, ele há famílias de todas as cores e feitios. A mim saiu-me esta, a que eu chamo a família do "vai-se andando". Na verdade não foi ela que me saiu a mim fui eu que saí a ela, já que fui a última a aparecer na dita.

E o que é uma família "vai-se andando?". Ora bem, é aquela família com quem se fala ao telefone uma vez por mês, supostamente para saber "que tal se vai andando".

A coisa processa-se mais ou menos desta forma:

1 - O telefone toca:

X: "Olá, então está tudo bem por aí?"

Y: "Vai-se andando."

X: "Pronto, era só para saber se está tudo bem. Beijos, adeus."

Y: "Beijos, adeus."

E assim a família "vai-se andando" nunca chega a saber absolutamente nada a não ser que continuam todos vivos!


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pequenas Coisas...

Andamos nós para a aqui de um lado para o outro atarefados em busca da nossa felicidade e nem nos lembramos que muitas das vezes ela está aqui mesmo ao nosso lado.

"You can't always get what you want, but if you try sometimes, you get what you need..."

Esta letra de uma música dos Rolling Stones é um dos lemas da minha vida. Às vezes, talvez até muitas das vezes, aquilo que nós queremos não é aquilo de que nós precisamos. Andamos para aqui a ocupar-nos em mil e uma actividades que supostamente nos fazem bem, mas o que na realidade é bom para nós é a simplicidade da vida. Existir feliz e com saúde, ter alguém que nos olhe com um sorriso sincero, dar uma boa gargalhada, comer um bom pedaço de chocolate, dar um bom beijo, fazer amor, ou pura e simplesmente o acto do sexo desinibido e sem amor...
Quando olho para trás na minha vida, vejo que as melhores coisas que me aconteceram surgiram do nada, estavam ao meu lado só à espera que eu olhasse para elas. O que mais estará para vir?

21st Century Luxury



A imagem é enganadora. Descobri o grande luxo do século XXI. Não, não são gargantilhas gravejadas de diamantes, tão pouco um jacto privado para nos levar ao concerto da Madonna em Xangai, nem sequer um kit sócio do Benfica com direito a passe para os balneários.

O verdadeiro luxo destes nossos tempos é algo que já cá anda há muito, e continuará depois de todos os luxos deixarem de o ser. É ele mesmo o grande, o infinito Cronos, o Tempo.

Nestes últimos dias tenho sido mais rica do que o Warren Buffet. Tenho tempo para tudo, e sobretudo para algo muito importante: eu.

Tenho tido tempo para passear na praia, ler no parque, cheirar a relva cortada, estar com amigas, estar sozinha, pensar, fazer exercicio fisico, desfrutar da companhia dos meus filhos sem estar desejante que vão para a cama, ir ao cinema a meio da tarde, tratar do corpo e da mente. Tenho tido tempo para mim e estou grata por isso, seja lá a quem for. Obrigada por me terem dado este tempo, por me deixarem interiorizar o que quero, quem eu sou, e talvez dar um novo rumo à vida.

Como disse há dias, numa dessas redes sociais de que falou a Billy Jean, a vida é cheia de surpresas. E esta é capaz de até ter sido boa...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

poder local


Parece óbvio que os portugueses continuam a ter uma predilecção pela corrupcção.



Em Oeiras continuam a apoiar Isaltino e o seu clã. Pelos vistos pouco importa que o Presidente da Câmara tenha sido condenado. Nem isso parece ter abalado a sua credibilidade. Com um bocado de sorte (ou será azar) mal aquece a cadeira neste mandato.








Em Gondomar continuam a adorar o Major com vocação para Pai Natal.









Em Felgueiras parece que finalmente viram a luz e deixaram de acreditar nos milagres de Fátima.

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
tornar-se um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

o grande Fernando Pessoa

Waiting...



Hoje é o dia da oficialização do meu novo estatuto. Tenho o privilégio de fazer parte da cada vez maior percentagem de desempregados em Portugal.

Estou sentada na sala de espera do Centro de Emprego da Amadora. Há gente de todas as idades, de todas as cores, de todos os tamanhos e feitios sentados à minha volta, de pé encostados às paredes, ou descansando no chão.

Vim para cá de manhã, depois de deixar os miúdos no infantário. Cheguei dezoito minutos depois do centro ter aberto. Consegui a senha número 69, só dão 70 por dia. Sou uma sortuda.

Dezoito minutos depois de abrir, o centro de emprego já estava praticamente fechado para quem quisesse inscrever-se. Depois de esperar uma hora e picos para o meu número ser chamado, confirmaram que tinha a papelada toda e... mandaram-me para casa. "Venha depois de almoço, lá por volta das 15h". Assim fiz. Estou aqui há quarenta e cinco minutos, e ainda vão no número 55.

Pergunto-me: será que o centro tem assim tanta falta de pessoal? Num dia de trabalho só conseguem atender setenta pessoas? O número de desempregados aumentou bastante nos últimos tempos, mas será isto um serviço adequado? Teria que me levantar de madrugada e deixar os meus filhos de noite no infantário, para vir sentar-me à porta do centro de emprego logo de manhã? Presumo que seja isso que os números um, dois, três fizeram hoje.

Por mais anos que more neste país, não consigo habituar-me à falta de eficiência, profissionalismo, educação dos serviços públicos. Serei eu que tenho mau feitio, ou sou idealista demais?

domingo, 11 de outubro de 2009

Redes sociais





Fala-se muito de redes sociais, tais como o facebook e afins.
Gosto do facebook, reencontrei velhos amigos de quem tinha perdido o contacto, amigos de escola e universidade. Acho fascinante, voltei a encontrar pessoas que não via há anos, pessoas a quem tinha perdido o rasto sem razão aparente.
Gosto da partilha de fotos, informações, vídeos, músicas, dos convites para eventos.
Não tenho grande necessidade de partilhar todos os meus passos com o mundo, mas de vez em quando lá dou o ar da minha graça.
Mas confesso que não compreendo o fascínio dos FarmVille, YoVille, os aquários e florestas amazónicas.  Quando vi pela primeira vez o FarmVille, fui ao Google ver do que se tratava e deparei-me com a seguinte frase: grow delicious fruits and vegetables and raise adorable animals on your very own farm ... Fascinante! E adorável...
Deve ser assim mais ou menos como ter uma colecção de tamagotchis online.
Ouvi histórias de pessoas que têm despertadores para ir apanhar morangos virtuais (parece que só demoram 4 horas a crescer) e que organizam as culturas em função da sua rotina domestica e laboral (ou será que organizam a sua rotina em função das horas de plantação e colheita ? ) Há pessoas que têm elefantes na quinta, sendo que a quinta não se situa na Índia ou no Sri Lanka, presumo que os elefantes se passeiem vagarosamente entre as laranjeiras e as amendoeiras em flor.
Para ser um pouco mais real e emocionante todas essas quintas virtuais deviam estar sujeitas a fenómenos naturais tais como chuvas torrenciais, secas, pragas de gafanhotos, ventos ciclónicos e outros. Não deviam cingir-se a trocas de árvores e animais, à procura de vizinhos amigos, a colheitas previsíveis e com horas marcadas. Já agora podiam ser mesmo o espelho do mundo real, estar sujeitos às regras da economia de mercado, serem geridas como empresas,  cotados na bolsa e sofrer com a crise do subprime.
Estava ao telefone com um amigo que me disse: “tenho que me despachar, tenho que servir refeições no meu café. “ Parece que também há cafés virtuais no facebook e que tudo isto tem imenso sucesso... Será que os cafés no facebook também têm clientes chatos, livro de reclamações e inspecções da ASAE ? 

proibições




Este blog anda um pouco murcho, anda em assim mais ou menos em câmara lenta.
Muitas empresas acham que a produtividade aumenta proibindo o acesso a tudo e mais alguma coisa, consideram que tudo é uma potencial distracção, justificando-se com eventuais perigos à segurança informática (outras já nem se maçam em disfarçar e bloqueiam tudo descaradamente).  Não sei se já perceberam que quem não tem vontade de trabalhar, não trabalha mesmo. Nem que seja a fazer desenhos numa folha de papel, ou a fingir-se concentrado enquanto pensa na vida.
Uns fazem uma pausa de uns minutos a escrever em blogs,  retomando depois mais alegremente a habitual actividade laboral (quando ainda nem tudo era proibido) outros continuam a fazer 20 intervalos por dia para ir fumar e a beberem uma dúzia de cafés ... (presumo que não sejam particularmente mais produtivos e concentrados, mas é uma actividade permitida)
Muitas destas empresas também resolveram estar localizadas no meio do nada, em locais sem transportes públicos (afinal toda a gente tem que ter carta de condução e carro, elementar !) e sem qualquer sombra de vida real por perto. O ser humano não tem necessidade de absolutamente mais nada além de trabalhar, de preferência de Segunda a Sexta, exactamente durante o mesmo horário em que existe vida num planeta distante ...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Overheard...

Na marginal...

Três cidadãs séniores (politicamente correcto) dão o seu passeio matutino na marginal. Ultrapasso-as em passo rápido. Todas de óculos escuros, gilets pelas costas e ar bem posto. Dois homens atléticos passam por nós a correr, com aqueles calçõezinhos que me metem vergonha.

Diz uma das senhoras, conhecedora: "Aquele é o marido da Carmito, o piloto". Senhora número dois, horrorizada: "Ai, é piloto, essas coisas metem-me impressão". Senhora número três, interessada: "É aquela que encontrámos no outro dia?". Senhora número um, entendida: "Sim, sim, aquela das meias. Já encontrei para mim." Senhora número dois, curiosa: "Onde?". Senhora número um, explanadora: "Na Sportzone do Cascais Shopping... de Oeiras".

Acelerei o passo...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

the end of an era

gather your things and go
your job here is done
there's nothing else we need from you
you've just been sold
go ahead and leave
good luck
you're gonna need it

Jane Goodall

“I like some chimpanzees much better than some humans and some humans much better than some chimpanzees.”
citação retirada de www.time.com

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O mundo está à tua espera


És amor, felicidade, energia, equilíbrio.

O mundo está à tua espera. Tu já tens a chave, é só entrar e escolheres o teu lugar. Tens a força e a coragem que precisas para conseguir o que quiseres. O teu sorriso supera tudo! O teu amor supera tudo! Ele espera ansiosamente por ti... espera que tu um dia estejas finalmente pronto e que o tentes mudar para melhor.

Meu pequeno grande amor.

Back in Black... and White... and all the colours of the rainbow

Andei na marginal hoje de manhã. Rápido. Sete quilómetros. O dia cinzento, a chuva a bater-me na cara. À medida que a chuva ia ficando mais intensa, o meu sorriso ia aumentando.

Há muito que não ficava encharcada. Há muito que não me sentia tão livre. Há muito que a vida não me parecia tão cheia de possibilidades. Há muito que não conseguia ver que, lá em cima, por detrás das nuvens cinzentas, está o sol. Brilhante e forte e intenso.

Uma nova fase vai começar, e assim como esta que acabou foi muito boa, a nova vai ser ainda melhor. Tenho a certeza disso. Sinto dentro de mim que o futuro está cheio de surpresas... boas.

Uma nota final, para agradecer ao meu macho latino, ao meu Toy de Oeiras: sem ti a vida era muito pior, és a minha pedra, quem me ampara, quem me dá ainda mais razões para sorrir, quem esteve comigo sempre, no bom e no (muitas vezes) mau. Espero casar contigo aos 60 anos. Se conseguires aturar o meu mau feitio até lá. :)

domingo, 4 de outubro de 2009

era uma vez um menino...


Era uma vez um menino que se lançou numa aventura em busca de um tesouro. No caminho o menino, que era muito esperto, lembrou-se que era melhor levar companhia, afinal de contas podia precisar de ajuda para procurar comida ou mesmo enfrentar inimigos.

Ao longo do caminho o menino começou a ouvir os seus companheiros, que tinha escolhido pelas suas variadas e preciosas qualidades, quando precisava de tomar alguma decisão; afinal de contas já eram muitas as decisões em causa: qual o caminho? descansar a que horas? comer o quê? armazenar o quê? gastar o quê?...

A notícia de que o menino estava no bom caminho para chegar ao tesouro soube-se um pouco por todo o lado. Foi então que um senhor muito rico e sabido resolveu oferecer ajuda ao menino, claro em troca de parte desse tesouro!

O menino aceitou, pois por esta altura já tinha uma grande fardo, como uma carroça cheia de coisas que tinha comprado pelo caminho e um grupo de meninos, que tinha aumentado bastante, para alimentar e orientar.

Agora que tinha dinheiro bastante, o menino e o seu grupo foram comprando cada vez mais coisas e chamaram mais amigos para se juntar a eles. No entanto, a certa altura o menino apercebeu-se que se tinha esquecido do mais importante, aquilo que o tinha levado a iniciar esta aventura, a busca do caminho certo para o tesouro. Deu por si rodeado de uma multidão de meninos, carroças pesadíssimas cheias de coisas e sem qualquer ideia do caminho certo. Que fazer agora? Não havia maneira de voltar atrás com tanto peso e tantas pessoas.

O menino desistiu e deixou que o senhor rico resolve-se o problema, se ainda quisesse o tesouro. E o senhor resolveu. Mandou para trás alguns dos meninos que se tinham juntado à aventura e viu-se livre de todo aquele peso das carroças. Havia que regressar ao início, e escolher o caminho correcto.

E agora? Será que os meninos que ficaram na expedição não vão repetir o mesmo erro? Será que saberão escolher o caminho certo e segui-lo da melhor maneira? Os mesmos meninos que tomaram as decisões erradas anteriormente?

Quem confiou neles, juntando-se à expedição, e foi agora largado seguiu em busca do seu tesouro. Os que ficaram e continuarão a seguir esta expedição só podem esperar que os meninos tenham aprendido algumas lições ou que o senhor rico não os perca de vista...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

off mode


Há dias em que acordamos e temos a sensação que durante a noite fomos atropelados por um autocarro. Lentamente mexemos um dedinho, depois outro. A seguir mexemos uma perna, um braço. Percebemos que nos conseguimos levantar. Em frente ao espelho concluimos que o autocarro que nos atropelou não deixou grandes marcas físicas. Depois da "clareza" proporcionada pela ingestão matinal de cafeina temos a certeza que os danos provocados pelo atropelamento são psicológicos. E que não há analgésicos que  nos tirem a dor, Betadine que nos cicatrize as feridas ou pomadinha milagrosa que nos amenize as nódoas negras. Nem a famosa pomada tigre que serve para tudo e para absolutamente nada se apresenta como solução viável.
O que precisavamos mesmo era de desligar o cérebro, fechar para obras, hibernar.
Falta-nos o interruptor. E também não se comercializam viagens para Saturno.
Ficamo-nos pelos amigos, prozac, cigarros e algum álcool.

Scarlett…

The ultimate elegant lady.
Tenho a sorte de ter uma Scarlett na minha vida. Uma amiga muito querida que para mim é um ícone de elegância. Elegância natural, aquela que hoje em dia é rara de encontrar. Educada, culta, bem falante, e sempre com um sorriso nos lábios. Nunca mais vou esquecer aquele final de tarde na praia em que estavas de perninha cruzada à beira mar e a segurar o chapéu, qual diva dos anos 50 – enquanto eu e outra amiga estávamos completamente relax com as mãos na cintura e os pés a chapinhar na água.
Vou ter saudades de não te ter aqui todos os dias. Vou ter saudades do teu mau feitio – diva que se preze tem que ter o seu quê de mau feitio :o)! Também vou ter saudades que não estejas aqui todos os dias para me aturares as birras matinais...O que me alegra é que não me vão faltar oportunidades para voltar a constatar a tua elegância natural... e voltar a sentir-me eternamente clumsy...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


Para ti...


tu mereces um mundo! Tu tens capacidade para ter um mundo! Não te deixes prender, corta os fios, mexe os teus braços, liberta a tua cabeça!

O fantoche não vive, à primeira vista pode parecer que sim, ele mexe-se, ele fala, ele ri, mas não, ele não vive realmente.

Olha para o espelho, olha com atenção! Não viste? Olha outra vez! Não vez? Escolheste o espelho errado! Já te disse qual o espelho que devemos escolher? Não? Eu acho que tu sabes! Olha em volta, escolhe bem! Não oiças a voz do espelho que te deforma, vira as costas ao espelho que te quer dominar! Olha com atenção para o espelho que te diz quem tu és, tu sabes qual é ele, não fujas!

Tu és tu, não és quem quer puxar os cordeis e comandar a tua vida! Tu és muito, muito mais que a maioria dos mortais e quem te ama realmente só pode ficar orgulhoso com isso e abrir-te as portas para seguires o teu caminho, o teu merecido caminho dourado, sem cordeis a prender-te os pés...

The show must go on...


...they say

Parece que sim, que temos de continuar, é o que nos dizem. Quem fica arca com a responsabilidade de manter a vida e levar as coisas adiante, não desapontar quem partiu, não sofrer as ausências, não chorar pelo que acabou, não se deprimir pelo fim daquilo que conheciam como um dos seus mundos... quem fica...não chora!
Eu chorei, eu choro, eu sofro, eu sinto-me perdida, eu não quero este mundo cada vez mais desabitado, cada vez mais inóspito. Não conheço o sítio para onde vou, não tenho com quem rir, não tenho com quem me zangar, não tenho...
Porque fiquei? Porque partiram os outros? Porquê? A vida não nos dá explicações, apenas nos deixa cadeiras vazias, cadeiras vazias no nosso coração. Estas cadeiras jamais serão ocupadas. Outras cadeiras virão mas não se enganem não são estas!
Para quem foi e para quem ficou a minha homenagem, por um dia de tristeza, de sofrimento, de crescimento à custa de dor!

tsunamis, sismos, tufões,furacões, ventos ciclónicos e afins ...

Dizem que depois da tempestade vem a bonança.
Espero que os provérbios populares sejam certeiros. A fase da tempestade é muito desgastante, e antes da bonança há que "remendar" os estragos e reconstruir.
Há estragos que serão sempre irremediáveis e a bonança por vezes também não se adivinha ser tão calma.


Não sei desde quando os pacotes de açucar se tornaram politicamente incorrectos, mas hoje este veio mesmo a calhar... Eu também nunca fui politicamente correcta.

Cássia Eller


Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues
Não me tentes
(...)
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor
Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração
(...)
In 1º de Julho: Cássia Eller / Renato Russo

É raro encontrar alguém que exprima tão bem a maravilha e o mistério de ser mulher.
O teu coração parou de bater, mas as tuas melodias são e serão sempre uma inspiração.

Não sei o que é mais forte, a tristeza ou o sofrimento



Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria.

Khalil Gibran


É isso que me conforta, está temporal deve estar a vir o sol...

Brad



Ladies... palavras para quê...