segunda-feira, 23 de agosto de 2010

The Big Q...

Ha dias fizeram-me a pergunta. A tal, mais uma vez.
"Então, quando é que casas?".
Confesso que não sou fã da instituição, sou mais do estilo "been there, done that", e não gostei. Mas andam a perguntar-me isso com uma certa regularidade, ultimamente.
Mas esta pergunta, após uma rápida resposta de "lá para os sessenta...", deixa-me sempre a pensar. Porque é que não me caso?
Não sei se é do Verão, se do trânsito do sol na casa 12 do meu signo, mas o que é um facto é que descobri a resposta: não me caso porque já estou casada.
Casei-me duas semanas depois de ter começado a namorar, no Sacré-Coeur, enquanto um padre congolês oficiava uma missa, e o meu amor me dizia que queria estar comigo pour les siècles des siècles, e me metia um anel de fio no dedo. Casei-me com um homem que acredita em mim, e ano após ano demonstra que é comigo que quer estar, para o que der e vier. Casei-me com um homem que tem estado comigo nos bons e (muitas vezes) maus momentos, que me ama nos dias em que estou feliz e nos dias em que estou de (muito) mau humor.
Não me preciso de mais compromisso do que este, não preciso de um anel de ouro. Não preciso de papel, não preciso de mais confirmação terrena e divina. Em Montmartre tomei o compromisso que tenho que honrar. Há algo mais perfeito que casar em Paris?
Tudo o que preciso está aqui, já me foi dado. Casar de papel passado é uma redundância. É fazer a vontade a terceiros. E como toda a gente sabe... entre marido e mulher não se mete a colher.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Happiness...

Esta tarde, enquanto fazia zapping, parei na RTP2, ao ver um programa que me intrigou. O écran dividido em dois rectângulos: num dos lados uma pessoa que falava, no outro, o écran preto, com a tradução do que estava ser dito. Falaram pessoas da Tchetchénia, de Israel, de França, dos Estados Unidos. Cada uma dizia o que era para elas a felicidade. E foi um momento tocante, simples, emocionante.
Para a jovem tchetchena, a felicidade era o silêncio, depois do caos da guerra. Para a idosa francesa, foi o nascimento do filho, depois de ter estado às portas da morte. Para a israelita. eram momentos fugazes que passavam na vida dela. Para o americano judeu ortodoxo, foi sentir a presença de Deus, depois de uma noite de discussão com um palestiano de Gaza, ao fim da qual descobriu que apesar de todas as diferenças, os corações deles estavam próximos. Para o homem maliense, a felicidade é ter saúde e sentir-se em paz. Para a senhora etíope, é ultrapassar as adversidades.
O mundo tem tantas definições de felicidade, quantas pessoas nele vivem. Para uns mais materiais, para outros mais espirituais, mas todas tocantes, todas especiais, todas únicas.
Adorei ter a oportunidade de conhecer este projecto, 6 milliards d'autres, que já dura há uns anos. As pessoas partilham com o mundo o que é para elas uma míriade de coisas: dinheiro, raiva, país, amor, vida, sonhos. Vale a pena ver. Acho que vou deixar o meu testemunho...